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domingo, 12 de maio de 2013

A Odisséia de Ser Mãe



 Um homem provavelmente nunca vai saber exatamente o que é ser mãe em sua total dimensão. Já começa pelo fato de que homem algum jamais pôde carregar um bebê dentro de si e sentir aquela criaturinha se desenvolver ao longo de 9 meses. Sei que muitos heróis passam pela experiência de ter que criar os filhos na ausência da mãe e isso os torna fantásticos super pais. Paizões! Mas nunca mães.

Esse é o dia que o comércio entitula "Dia das Mães" e, apesar do interesse comercial que existe em torno disso, é realmente um dia especial. É nesse dia que filhos viajam para longe, mudam planos, rotina, tudo para poderem ficar perto de suas mães. Sim, é um dia especial. E foi esse dia que me motivou a escrever de novo no velho blog do pinguim.

Desde o dia em que minha filha nasceu, tenho aprendido o que é ser pai. O peso da responsabilidade de sustentar a família. O peso da responsabilidade de saber como ensinar a vida para a menininha. Enfim, um peso enorme! Mas também tenho aprendido o que é ser mãe.

 

Tenho aprendido um pouco mais da incrível mulher que minha esposa é. Vejo-a passar privações, lutar o dia inteiro para manter as coisas em ordem, comer livros que possam lhe dar dicas, negar a si mesma na tentativa de encontrar maneiras melhores de interagir com a pessoinha, dormir mal, comer mal, deixar o artezanato de lado (que ela tanto ama), suar, lutar, esmurrar-se a si mesma... Tudo por um único motivo: nossa filha. Uma tarefa homérica essa de ser mãe. Nem adianta muito eu tentar descrever isso por aqui porque a verdadeira dimensão disso, só as mães sabem. Só elas.

 E é por isso que a admiro cada vez mais. Que a amo cada vez mais. Que a entendo cada vez mais.

 E é por isso também que oro por ela todos os dias pedindo a Deus que lhe dê forças, energia, coragem e infinita sabedoria para levar a cabo essa tarefa que não vai acabar nunca. Uma vez mãe, mãe pra sempre.

E é aqui que finalmente chego à minha mãe.

 

 Eu nunca, em toda a minha vida, jamais poderei expressar de maneira alguma a minha gratidão pela minha mãe ser minha mãe. Não poderia imaginar a dimensão de tudo que ela possa ter passado para me criar. Não poderia saber o tamanho do amor que ela sente por mim, nem que tenha a pretensão de fazer isso. Sinto-me pequeno diante de tudo que ela possa ter feito por mim. Por amor a mim.

Sempre estarei devendo a ela. Principalmente o amor. Minha oração é simples. Que Deus me ajude nesse mundo louco e corrido a ser pelo menos um pouquinho do filho que ela espera. Que Deus permita que o amor que eu sinto por ela possa exalar de dentro de mim e que ela sinta e saiba que fez e ainda faz um ótimo trabalho. Como diria um personagem de um DVD que minha filha já assistiu milhões de vezes:

 "Te amo mãe
Você é da hora!"

Sou um privilegiado por ter sido presenteado por Deus com essas duas mulheres incrivelmente maravilhosas em minha vida!

Que Deus as abençoem muito! Vocês merecem todo amor e felicidade possível!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gravidez - Mês 2

Não sei se isso acontece mesmo mas estou achando minha esposa ainda mais linda nessa fase.



Ainda não tem nenhuma barriga ali pra mostrar. Pelo menos não que alguém possa ver. Mas eu vejo! :)

Não dá pra falar dessa mulher sem falar de Deus. Quando eu era mais jovem, pedi a Deus que me escolhesse uma mulher que fosse primeiramente bonita aos olhos dEle e depois aos meus. E eis que Ele a escolheu.

Juntos já passamos muitos problemas, lutas e dificuldades. Muitos mesmo! Mas o Deus sempre presente usou tudo isso só para fortalecer o nosso amor. Se fôssemos olhar para os obstáculos, seríamos mais um casal a entrar na triste estatística dos divorciados. Mas Deus sempre viu de outra maneira e sempre nos sustentou. E pra completar, agora Ele nos dá esse grande presente que é esse bebezinho que vem chegando devagar.

Todo mundo acha bonito esses caras "pegadores" que ficam com uma mulher a cada dia. Essa é a maior armadilha para tornar um homem frio e com dificuldades de amar uma única mulher.

Eu tenho o privilégio e o orgulho de amar e ser amado por apenas uma mulher. Graças a Deus!!!!

domingo, 17 de outubro de 2010

O Início da Estrada - Mês 1 a 2

Ultimamente tenho tentado lidar com o fato de que a vida às vezes parece uma rotina sem fim. Infelizmente isso gera um efeito negativo em mim. Para fugir da rotina, minha mente começa a escapar para mundos alternativos encontrados nos livros, filmes, revistas e jogos.

Encontrar o equilibrio entre um divertimento sadio e uma fuga da realidade tem sido um grande desafio. E foi exatemente nesse momento que uma notícia me atingiu em cheio, como um "soco se braço", me deixando completamente atordoado. Atordoado de felicidade, certamente.



"Uma imagem vale por mil palavras". Ainda bem que não preciso escrever as tais mil palavras porque a foto deixa bem claro que MINHA ESPOSA ESTÁ GRÁVIDA! Isso mesmo! EU VOU SER PAPAI !!!

Mal o pinguinzinho entrou na nossa vida e a rotina toda mudou. O quarto que será dele está todo entulhado com nossas coisas. Já está sendo a maior correria! A velha rotina? Esquece.

Minhas capacidades mentais diminuíram um pouco porque basta eu olhar para a barriga da minha esposa e, automaticamente, falo frases do tipo "Oi, nenenzinho do papai..." ou "Tudo bem aí, neném?". Um mês apenas na estrada e já estou assim. Imagina daqui a oito...

E todo o crédito para o que está acontecendo em minha vida nesse momento só podia ser daquele que é o Maior, o Soberano e o Misericordioso: o Grande Deus!

sábado, 15 de maio de 2010

Muito tempo

Puxa, faz um tempão que eu não escrevo nada aqui. Provavelmente todo mundo que seguia esse blog desistiu do pinguinzinho tecladista.

Infelizmente a minha falta de tempo e de organização são os principais fatores da falta de posts por aqui.

Também, nesse meio tempo, houve a morte de meu pai que deixou marcas profundas. Tão profundas que ainda não descobri o tamanho real. Há dias que são simplesmente insuportáveis. Em outros, parece que estou conseguindo lidar numa boa. É como uma montanha russa. Sentimentos e emoções misturadas, entrelaçando-se, anulando-se ou ampliando-se.

Nem mesmo sei por que justo hoje me deu essa vontade de voltar a escrever no blog. Me deu vontade de voltar a desenhar também, mas faz tanto tempo que não faço isso que meu traço deve estar bem estranho. Preferi nem tentar...

O mais interessante disso tudo é Deus. Ele tem propósitos inimaginaveis para nós. E a tudo usa para um bem maior. Desde minha vontade de voltar a escrever até o falecimento de meu pai.

Fé é acreditar que Ele sabe o que está fazendo. Sempre.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quem é Deus?

Muita gente hoje em dia tem falado sobre Deus. Muitos escrevem livros sobre Ele. Muitos criam filosofias, colocam palavras na boca de Deus, coisas que Deus talvez nunca diria. Outros falam mal dEle, sem ao menos dar a Ele a chance de se defender. Instituições são criadas em nome dEle e muitas coisas estranhas são praticadas como se aquilo fosse agradável a Deus.

Assim, muita gente boa se desiludi ou fica com raiva de Deus porque acreditou em conceitos que outros criaram a respeito desse mesmo Deus, conceitos errados, egoístas ou enganosos. E, mais uma vez, Deus é rotulado, sem ter chance a uma defesa.

Então quem é Deus de verdade? Como achá-lo? Como caminhar pela estrada correta do conhecimento de Deus?

A única coisa que sei é que Deus nos ama como indivíduos. E como indivíduos, somos diferentes. E Ele tem uma maneira particular de se revelar a cada um de nós para nos levar a uma única verdade concreta.

Independente de tudo aquilo que já falaram ou criaram a respeito de Deus, só existe uma entrada para o caminho de conhecê-lo: a Bíblia. É ali que está registrado tudo que Deus queria que soubessemos a respeito dEle.

Esse é o truque. Se quer conhecer a Deus de uma forma íntima e pessoal (de forma que ninguém mais vai te enganar com conceitos humanos), leia a Bíblia. Eu sei que ela parece complicada de entender mas sabe por que é assim? Porque ela não foi feita para ser lida segundo a sabedoria humana.

Antes de começar a ler, fale com Deus em seus pensamentos pedindo a Ele que te ajude a entender o que você for ler. E Ele o ajudará. Só assim é possível ler a Bíblia como ela deve ser lida. Mesmo que você nunca tenha falado com Deus, mas está interessado em conhecê-lo, fale com Ele e tenha certeza que Ele está te ouvindo. E se me permite uma sugestão, comece a Bíblia pelo livro de I João. Depois, II João e então, III João. Aí volte em Mateus e leia todo o resto do Novo Testamento.

Uma coisa eu posso garantir. Se você ler pedindo a Deus que te ajude a entender, você vai conhecer a Deus. Conhecer a Deus é o maior tesouro que um homem pode achar!

Boa caminhada!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Empatia

A empatia é uma qualidade rara, quase mitológica em um ser humano. Segundo o Dicionário Aurélio, a empatia é a tendência para sentir o que sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa.

Naturalmente não temos a capacidade de nos colocar no lugar do outro. Se o alguém sente dor, tendemos a desprezar essa dor simplesmente porque não estamos sentindo a mesma coisa, assim, duvidando de sua intensidade. Se alguém expressa uma limitação, tendemos a despreza-la só pelo fato de não termos a mesma limitação. Se alguém nos confessa uma fraqueza, nós a deixamos de lado só porque não experimentamos a mesma fraqueza.

É muito mais fácil vivermos dentro de nós mesmos do que entrar no mundo dos outros e experimentar as mesmas experiências amargas que estão a sofrer. No fundo, falta de empatia é falta de amor.

Jesus estava lá no seu céu, podendo desfrutar de todas as maravilhas que sua posição lhe proporcionava. Mas Ele queria tanto sentir o mesmo que nós que preferiu se fazer um de nós, sujeito às mesmas fraquezas e dores. Ele queria nos entender totalmente porque nos amava de forma completa e verdadeira, no sentido mais intenso possível. É um sentimento não natural a nós, seres humanos, e por isso sobrenatural, divino.

Sendo assim, quando praticamos a empatia, experimentamos um pouquinho daquilo que é sentir como Deus sente.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Inexatidão

Meu amigo cometeu um erro. Ele não teve intenção, mas mesmo assim o fez, num momento de extrema ingenuidade. Seu erro teve consequencias que poderiam levá-lo a perder uma amizade e a confiança de seus superiores. Por conta de seu erro, foi humilhado. Sentiu-se mal, triste, massacrado, e, mesmo depois de tudo isso, ainda foi humilhado mais um pouquinho.

Não foi fácil para mim ver a situação se desenrolar. Isso porque sou amigo de todos os envolvidos. Mas, principalmente, não foi fácil ver a tristeza nos olhos desse amigo em especial. Não foi fácil não saber o que dizer para consola-lo, nem ter que lidar com o sentimento de impotência diante de tudo.

Mas agora que tudo se passou, é o momento de refletir:

1 - Fiquei admirado de ver meu amigo assumir tudo que fez sem inventar nenhuma desculpa ou historinha para tentar se justificar. Essa coragem não é para qualquer um.

2 - Percebi que ele aprendeu uma lição que pode lhe evitar problemas muito maiores no futuro. Isso não tem preço.

3 - Observei o poder da verdadeira sinceridade ao ver meu amigo pedir desculpas pelo mal que poderia ter causado a um dos envolvidos.

4 - Notei o poder da verdade no coração dos homens de bem quando entenderam que meu amigo não errou por maldade.

Errar faz parte do ser humano. Mas o maior erro que podemos cometer é não aprender com nossos próprios erros. O erro é uma oportunidade que Deus nos dá de aprendermos novos caminhos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Contra Senso

A cerca de 20 anos atrás podia-se reconhecer facilmente um cristão da seguinte forma: geralmente andava pelas ruas de terno e uma Bíblia debaixo do braço. Se era de mais idade, ninguém ligava muito, mas se era um rapaz novo, todo mundo olhava. E foi nessa época que eu vivi com meus dezessete, dezoito anos.

Fui apresentado a Deus em uma fazenda, numa lindíssima noite de outono. Sem a luz da cidade para atrapalhar, o céu parecia um emaranhado de diamantes espalhados sobre um pano preto. Era algo tão bonito de se ver que a pergunta que me veio foi: “Dá pra acreditar que Deus não existe?”

Não havia nada de sobrenatural, nenhum sinal tremendo, nenhuma montanha balançando. Ali, na simplicidade do campo, diante do mar de estrelas eu passei a acreditar em Deus.

Anos depois, carregado de humanidade e influências filosóficas diversas, subi no telhado da minha casa para observar o céu noturno. Olhando para aquele mesmo mar de estrelas que me inspirou a crer em Deus, eu disse: “Deus, se o senhor existe, quero ver um sinal.” Pobre incoerente, eu queria uma prova daquilo que já estava provado.

E o que aconteceu? Nada. Não houve sinal ou prova alguma. E, apesar daquele momento de tolice, continuei crendo em Deus.

Em contrapartida, durante a minha infância conheci um homem que certo dia pegou um revólver, subiu numa árvore bem alta e desafiou a Deus gritando: “Deus, se você existe, venha me enfrentar!”

Um vento violento soprou naquele lugar dobrando a árvore de uma forma tão incompreensível que aquele homem achou que ia morrer ali mesmo. Mas não morreu. Morreu anos depois com um tumor no cérebro e, pela vida que levava, pode-se deduzir que nunca acreditou em Deus.

Fazendo um paralelo entre as duas histórias, eu continuei a crer em Deus mesmo sem provas. Aquele homem, no entanto, continuou não crendo mesmo tendo provas.

Daí tira-se duas lições:

- Fé não é fé se precisa de provas.
- Aquele que não crê em Deus, não crê mesmo que tenha todas as provas do mundo.

Na prática, vive-se o seguinte paradoxo: quanto mais você se esforça para conhecer a Deus, mais você tem provas que Ele existe. E quanto mais você procura provas da existência de Deus, mais você se distancia de conhecer a Ele.


(clique para ampliar)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Homem que Caiu no Silo

Um homem trabalhava limpando o topo de imensos silos onde se armazenava carvão. Dia e noite os silos eram abastecidos, assim, o trabalho de limpeza era constante de modo que trabalhadores se revezavam em turnos.

Naquela época, não havia celulares nem rádios de comunicação. E então, talvez pelo cansaço do turno noturno, ou talvez por estar absorto em seu trabalho, o homem não percebeu uma tampa solta e caiu dentro do silo, engolido pela escuridão. Sentiu o corpo ser abraçado pelo carvão em pó e sabia que afundaria se não se levantasse logo. Apesar da dor da queda de cerca de quatro metros até o nível do carvão, aquele homem se levantou e começou a caminhar em círculos dentro do silo a fim de compactar o material e evitar afundar. A poeira gerada enquanto o silo era abastecido estava em toda parte e ele sabia que precisava ficar calmo se quisesse se manter vivo.

Rasgando um pedaço da roupa, fez uma máscara improvisada para o nariz e enxugou as lágrimas de desespero que insistiam em molhar seu rosto. O desespero tinha uma razão. Ele entendia que ninguém saberia em qual dos inúmeros silos de carvão ele estaria trabalhando e muito menos imaginaria que ele tivesse caído dentro de um deles. Sabia também que, uma hora ou outra, não aguentaria mais andar e acabaria sugado pelo carvão, morrendo sufocado. E ainda eram apenas duas da manhã.

No meio daquela situação, lembrou-se unicamente de Deus, a quem sempre procurara servir e seguir. Ali, na escuridão e no desespero, uma pergunta ecoou em sua mente: “Será que eu realmente cri em Deus a minha vida toda, ou tudo não passou de uma fantasia?”

A verdade era que ele realmente tinha crido em Deus. Ele sabia que, se Deus quisesse livrá-lo daquilo, o faria. Mas se sua hora tivesse chegado, também aceitaria. Afinal, tinha de fato entregue sua vida a Deus e aquele era o momento da verdade. De sua parte, continuaria andando em círculos naquele silo até conhecer seu destino final.

Assim, andou até ver os primeiros raios de sol ilumindo o interior do silo, expulsando a escuridão. Estava cansado, mas sentia-se disposto a continuar vivo. Ainda que a situação não lhe trouxesse esperança alguma, decidiu continuar.

E eis que, com o sol, veio também uma voz: “Lúcio, você está aí dentro?” Aquele homem reconheceu imediatamente aquela voz como sendo a de seu supervisor.

Então gritou: ”Sim, estou aqui!”. Logo apareceram as cordas que o tirariam de lá. Seu supervisor e outros membros da equipe se alegraram ao vê-lo saindo exausto, mas bem.

“Como me acharam?”, perguntou o homem. “Você sabe que jamais dormi em serviço”, iniciou o supervisor. “Mas nessa madrugada, pouco antes do sol raiar, cochilei por alguns segundos, tempo suficiente para sonhar que você havia caído exatamente nesse silo aqui. Não tive sossego enquanto não vim olhar. Não é uma grande coincidência?”

Um sorriso surgiu nos lábios daquele homem, o sorriso de quem sabia que não era coincidência alguma.

(baseado em um acontecimento real)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cuidado e Carinho

Gasto cerca de quarenta minutos para percorrer de bicicleta os oito quilômetros que separam a minha casa do local onde trabalho. Considero um privilégio morar perto do trabalho por dois motivos: primeiro que posso usar a bicicleta, o que contribui para a saúde (e evita a barriguinha). Segundo porque durante o tempo do trajeto, posso ter uma descontraída conversa mental com Deus.

A longo desse “papo”, falo de muitas coisas, algumas vezes muito importantes, outras vezes nem tanto. Mas sempre tive a sensação de que Deus se interessa por cada aspecto de nossas vidas, consideremos importantes ou não. E acabei tendo a prova definitiva de que eu estava certo.

Numa dessas conversas, comentei com Ele que gostaria de ter um teclado novo, com sons que tivessem mais a minha cara e meu estilo de tocar. Tudo bobagem, na verdade, quase um capricho de minha parte já que eu já possuía um teclado que dava pro gasto.

Mas, entenda, eu não estava exigindo nada de Deus, nem estava ansioso com coisa alguma. Com o coração sincero e tranquilo, expressei a Ele minha vontade de possuir um instrumento que melhor se adequasse às minhas necessidades. Nem mesmo estava reclamando de nada, apenas conversando com Ele da mesma forma que se conversa e compartilha coisas com um amigo. Também dizia a Ele que jamais poderia comprar um teclado novo com o meu salário atual, já que tenho várias prioridades em casa com a família. Dispor de um valor alto me consumiria muito tempo e recursos de modo que me faltaria em outros aspectos da minha vida familiar.

O interessante é que nem pensava muito nisso quando em um único dia Deus resolveu me mostrar que estava escutando tudo que eu conversava com Ele.

Era uma quinta-feira à tarde. Meu celular tocou. Olhei o número antes de atender e, pelo DDD, percebi que era uma ligação de São Paulo. Atendi e uma moça muito simpática se identificou como funcionária do Maurício de Souza Produções dizendo que o Maurício havia lido uns roteiros que eu mandei para lá em 2007 e que tinha gostado muito, estando interessado em compra-los. Meio embasbacado, lembrei-me mesmo de ter mandado esses roteiros para eles a dois anos atrás.

Naquele instante, senti uma voz no meu coração me falando: “Lembra-se daquele teclado que você me falou?”

Na mesma tarde fui convidado para a cerimônia de encerramento de um seminário tecnológico que eu tinha participado no ano passado com dois amigos na empresa onde trabalho. Para minha surpresa, nosso trabalho havia ganhado em nossa categoria e recebemos um prêmio em dinheiro lá na cerimônia.

A mesma voz anterior falou de novo ao meu coração: “Isso ainda é sobre aquele teclado que você me falou...”

Como se não bastasse tudo isso, naquela mesma tarde comentei com um amigo que talvez fosse vender o teclado que eu uso. Logo à noite, esse amigo me ligou perguntando se eu ia mesmo vender o teclado e eu disse que sim. Ele foi até a minha casa, viu o teclado e o comprou imediatamente, pagando-me à vista.

De uma hora pra outra eu tinha o dinheiro que precisava para comprar o novo teclado. Assim são as coisas que Deus faz.

Tudo isso me ensinou algumas lições importantes que eu gostaria de compartilhar:

- Deus está muito interessado em todos os aspectos da nossa vida.

- Deus sabe qual é o melhor momento para as coisas acontecerem em nossas vidas. Não devemos e de nada adianta andar ansioso a respeito de nada.

- Devemos deixar a cargo de Deus a ordem das coisas que acontecem conosco. Existem coisas que eu achava serem mais importantes para Deus realizar em minha vida do que esse teclado. Mas Ele sabe o que é melhor. E eu estou muito satisfeito que seja assim.

- Não devemos nos basear em sentimentos para crer em Deus. Às vezes sentimos muito a presença de Deus ao nosso lado, outras vezes não. Isso não significa que Ele não esteja sempre ao nosso lado como Ele mesmo prometeu. Fé é crer naquilo que não vemos e também naquilo que não sentimos.

- Deus não é nosso servo. Muito acham que Deus está aí para realizar nossos próprios desejos egoístas, como se Ele fosse um gênio da lâmpada. Deus realiza sim, os desejos do nosso coração contanto que esses desejos estejam alinhados com a vontade dEle. Na prática, quanto mais nos aproximamos de Deus e tentamos conhecê-lo através da Bíblia, mais nosso coração se alinha com a vontade dEle.

- Nosso relacionamento com Deus não deve se basear em empolgação. Semana retrasada eu estava muito empolgado com o que aconteceu em relação a esse teclado. Semana passada, no entanto, trabalhei muito, dormi pouco, me cansei bastante, muita coisa não saiu do jeito que eu queria e isso fez a empolgação desaparecer. Mas Deus continuou ao meu lado o tempo todo. Empolgação é passageira. Deus não.

Relacionamento com Deus é baseado em fé. Fé é acreditar naquilo que não se vê. Deus não vai te provar que Ele existe para depois você crer nEle. É justamente o contrário. Primeiro você tem que crer na existência dEle. E então, ao longo da sua vida você acabará percebendo provas maravilhosas de Sua existência.

Assim tenho tentado viver.

Meu velho Korg X5D


Binquedinho novo: o Yamaha MO6

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tanque na Reserva

Hoje estou extremamente cansado, de uma forma que não me lembro de ter estado nos últimos tempos. Certamente a razão disso é eu estar trabalhando muito e dormindo pouco.

Minhas pernas doem, e mal posso tocar o chão com a sola de meus pés. Minha mente também não fica atrás de modo que até pensar nas coisas mais simples dá uma trabalheira danada. Hoje, por exemplo, fiquei tentando lembrar que 5 vezes 4 é 20 (é 20, certo?).

Isso soa como reclamação? Parece... Mas não é. Apesar do meu estado, sei que tudo isso se resolve com uma boa noite de sono (sábado, aguarde-me). E se estou cansado de trabalhar é porque tenho um emprego.

Chego em casa, minha esposa está me esperando com um beijo. Tenho amigos que posso chamar de irmãos. E acima de tudo isso, tenho um Deus que me ama, me proteje e me sustenta. Tudo que tenho me foi dado por Ele. Eu não sou melhor do que ninguém, não mereço nada disso, mas mesmo assim Ele me ama e me concede tudo que preciso. Do mesmo jeito que eu sei que Ele ama todos vocês que lêem esse espaço.

Dá pra reclamar de alguma coisa?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Pulga Atrás da Orelha

Lá estava Jesus com sede, sentado junto a um poço quando uma mulher chegou para tirar água. Essa mulher vivia uma vida infeliz, cheia de insatisfações. Por conta disso, já tivera cinco maridos e o homem com quem estava no momento, não era seu marido.

Qualquer um poderia dizer que essa mulher não passava de uma vadia. Mas não Jesus. Quando Ele a olhou, enxergou seu coração, viu além da casca. Ela precisava ser amada, mas não o tipo de amor que vinha praticando até então, um amor vazio e inconstante. Ela precisava de amor verdadeiro, o tipo de amor que só existe em Jesus.

A história acima é uma das mais belas encontradas na Bíblia. Ela descreve o olhar de Jesus, um olhar profundo, verdadeiro e livre de preconceitos. O olhar com o qual Ele olhou aquela mulher é o mesmo com o qual Ele nos olha. Ele não se importa com aquilo que, aparentemente, somos. Ele vê aquilo que realmente somos.

Lá para o final do texto, Jesus diz para aquela mulher que Deus está procurando adoradores que O adorem em espírito e em verdade porque Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito.

Foi aí que Deus me colocou uma pulga atrás da orelha. Nós, músicos cristãos, geralmente estamos associados com adoração a Deus. Não deveria ser assim, afinal, todo cristão deve estar associado a adoração a Deus. Mas o que acontece é que, geralmente espera-se que o músico leve o povo cristão a adorar a Deus.

Então o que é adorar a Deus em espírito?

Creio que adorar a Deus não depende de música alguma. Não depende de nenhum ritual que alguém possa ter criado. Nem depende de nenhuma revelação que alguém possa ter tido. Nem de nenhuma prática ou malabarismo que alguém possa ter inventado.

Adoração a Deus em espírito só depende de ser descoberta por cada um em si mesmo e em Deus. Ninguém pode te ensinar a fazer isso. É algo muito íntimo. Muito seu. Você e Deus. O dia que você conseguir fazer isso, só você vai saber. É o tipo de coisa que, se você tem, você sabe. E se você não tem, você também sabe.

E é exatamente por isso que o texto fala que Deus está procurando esses adoradores. Se Deus os procura, é por que são difíceis de achar. Não estão em qualquer lugar, não se vê um em cada esquina.

A pulga ainda está atrás da minha orelha. E agora, espero que também esteja atrás da sua. Caso contrário, nada do que fazemos tem sentido.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Estrada

Comecei minha caminhada cristã em 1988. E essa semana me bateu um estranho sentimento nostálgico em relação a isso. Fazem exatamente 21 anos que Deus tem tido a paciência de me aceitar como seu filho.

Sim, porque, como ser humano, carrego uma penca de defeitos e equívocos que só Ele mesmo para me aturar. Meu primeiro grande equívoco em relação a Ele foi começar a tocar teclado não para agradá-lo, mas para chamar atenção de uma garota. Isso foi lá atrás, em 1988 mesmo... Acontece que eu não percebia isso. Orava muito, lia bastante a Bíblia, mas embutido nisso tudo estava meu desejo de ter aquela garota só pra mim. Eu montei uma banda, chamei amigos para tocar, me dediquei à igreja, tudo para impressionar aquela garota.

E Deus estava lá, vendo aquilo tudo, me compreendendo. Em nenhum momento Ele me criticou por eu o estar enganando. Mesmo porque eu não sabia que o enganava. Em meu coração, eu achava que estava no caminho certo, buscando conhecer a Ele e, de quebra, ainda querendo namorar a garota que eu achava que era a dos meus sonhos. Aparentemente seria a perfeição!

Mas, no fim, tudo se resumia num sentimento egoísta no qual eu só pensava na minha própria felicidade. O que aconteceria se eu não obtivesse aquela garota? Onde estavam as bases da minha fé, da minha sede de Deus?

E nisso fui testado. Em janeiro de 1992, quatro anos após o processo de caminhada ter começado, a moça casou-se. E sim, foi com outro cara. Aquele era o pior dia da minha vida. Achei que morreria de tanta tristeza e decepção.

Imediatamente duas estradas se abriram em minha frente. Duas opções nas quais eu deveria pensar e escolher:

1 – Deus resolveu me maltratar não permitindo que as coisas dessem certo entre eu e a garota, mesmo depois de tudo que eu supostamente havia feito por Ele (todas aquelas orações, vigílias, jejuns, trabalhos na igreja...)

2 – O erro na história toda tinha sido meu e eu deveria continuar na estrada, tentando aprender mais de Deus e de Seus verdadeiros propósitos para minha vida.

Felizmente, eu percebi que a opção 2 era a correta. Eu sabia que amava a Deus de verdade e, embora ainda não entendesse naquele momento, alguma coisa eu havia feito de errado no processo da caminhada.

Ao longo dos anos, acabei descobrindo tudo aquilo que já escrevi no início desse post, mas que em resumo, é o seguinte: eu estava usando Deus para atingir os meus próprios objetivos como se Ele fosse um empregado que deveria fazer tudo do meu jeito. Espero que nenhum de vocês caia nesse erro. Senão pode acontecer que, no dia que chegarmos perante Ele dizendo que fizemos um monte de coisas em Seu nome, Ele poderá responder que, na verdade, estávamos fazendo para o nosso próprio nome.

Mas o amor de Deus por mim é tão grande, mas tão grande que, logo em fevereiro de 1992, eu conheci aquela com quem estou até hoje, a qual tenho certeza que me foi preparada por Deus. E sei que o amor que tenho por ela é verdadeiro, livre de qualquer propósito egoísta.

E, de quebra, ainda aprendi a tocar teclado... Bem, pelo menos um pouquinho :)

domingo, 2 de agosto de 2009

Organização

Essa semana eu recebi um montão de emails. Muitos eram elogios e sugestões para o blog, mas a maioria mesmo eram dúvidas sobre música. Isso é muito legal porque me dá uma noção sobre qual assunto é melhor abordar. Obrigado a todos que escreveram!

Estou tentando organizar melhor o conteúdo do blog. Assim nasceu a seção marcadores (ao lado) que engloba os três assuntos básicos encontrados por aqui: aulas e música, a tira em quadrinhos Mondo Pinguim e as crônicas do dia a dia. Acho que ficou mais organizado e facilitou a busca.

Também estou tentando manter a peridiocidade das matérias aqui do blog da seguinte maneira: sexta-feira tem a Mondo Pinguim, no domingo assuntos relacionados com aulas e música e as crônicas na quarta-feira. Assim, pelo menos, todo mundo saberá o que esperar.

O espaço é aberto. O pinguim continua contando com as sugestões de todo mundo! Deus abençoe a todos!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Dias de Luta

Há dias em que a batalha está intensa e você quase desanima. Há dias em que o corpo se sustenta por fora mas por dentro, o coração chora. Você tem a impressão de estar caminhando por um deserto escuro, árido e sem vida. Você grita e clama com todas as suas forças mas ninguém parece ouvi-lo.

Sua armadura está gasta. Sua couraça e seu capacete estão desgastados. O cinturão está frouxo. O escudo e a espada estão amassados, cheios de dentes. E as flechas do inimigo continuam vindo de todos os lados. Você sente que a qualquer momento suas forças vão se acabar e tombar no campo de batalha pode se tornar uma realidade.

É nesses momentos que Deus lhe envia aqueles amigos, amigos de verdade, amigos mais chegados que um irmão. São eles que se colocam ao seu lado, que o seguram pelo braço e lutam a batalha junto com você. Às vezes estão tão desgastados quanto você, mas permanecem ali ao seu lado, combatendo e esperando.

Eles são como jóias raras, um verdadeiro presente de Deus para você. E lutarão ao seu lado até o dia que a vitória chegar. Por que o dia da vitória sempre chega. E nesse dia, eles estarão tão ou mais felizes que você, sorrindo orgulhosos de terem tido a oportunidade de lutar ao seu lado.


(desenho de Rogério Teixeira)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mais um ano

Hoje é o meu aniversário. Geralmente nesse dia, eu costumo ficar meio reflexivo, daquele mesmo jeito que a gente fica no final de cada ano. Para mim, um verdadeiro ano de minha vida se passou.

Eu fico a pensar nas coisas que fiz nesses 365 dias. Valeu a pena ou desperdicei? Houve tantas coisas que eu quis fazer, mas não fiz. Outras tantas que não queria fazer, mas fiz. Adquiri bens que achava que precisava, mas descobri que não precisava tanto. E também deixei de adquirir coisas que ainda acho que preciso.

Muitos dias se acabaram sem que eu fizesse nada de útil. Outros dias, no entanto, se passaram sem que as horas fossem suficientes para tanta coisa útil que eu tinha para fazer. Fiquei feliz ao conhecer pessoas novas, mas nem todas elas ficaram felizes em me conhecer. Outros, no entanto, ficaram mais felizes em me conhecer do que eu em conhecê-los. A vida é assim, cheia de desencontros. Talvez porque o mundo não gire ao nosso redor e nem tudo é do jeito que a gente quer.

Mas também me alegrei ao me ver fazendo coisas que antes não conseguia fazer. Alegrei-me ao ver gente orgulhosa que eu amo deixar o orgulho de lado e admitir seus erros. Vi pessoas que antes se achavam donas de suas próprias vidas baixarem a cabeça humildemente diante daquilo que é realmente grande. Vi gente que precisava sorrir, sorrindo. E vi gente que precisava chorar, chorando.

Tudo isso em um ano. E a pergunta persiste: valeu a pena ou o desperdicei?

É o tipo de pergunta que não tem resposta. Só me resta a consciência tranquila de que tentei o melhor que pude ser um bom homem, ser um ótimo marido, um filho amoroso, um irmão dedicado, um trabalhador disposto e um amigo sempre presente. Minhas limitações me impediram de ser tudo isso com perfeição, mas eu sei que tentei. E tentarei sempre. Provavelmente morrerei tentando.

Mas o melhor de tudo mesmo, mesmo mesmo, eu só consigo expressar através de uma letra do saudoso Sérgio Pimenta que não me sai da cabeça:

"De tudo quanto já conheço e já experimentei
De tudo quanto reconheço que passei
De tudo quanto já ouvi e até guardei
De tudo quanto já senti e até sonhei

Não me recordo de alegria tão maior
Nem de um amigo que me seja bem melhor
Nem de conselho tão sábio, nem de amor tão imenso
Que tenho em Jesus!"


Sem Ele, sem dúvida, eu não estaria mais aqui.

Mondo Pinguim

Finalmente a minha tira ganha um nome: Mondo Pinguim. "Mondo" é mundo em italiano e capta bem o universo da tira, já que não há um personagem específico e sim situações envolvendo pinguins e outros animais.

Dos que participaram da promoção para sugerir um nome para tira, ganhou o Luiz Prates. Parabéns, Luiz! O livrinho do Garfield vai chegar rapidinho aí na sua casa! E mais uma vez, obrigado a todos que participaram.

Para o sorteio, usei o site random.org e o comentário sorteado foi o quinto, que era do Luiz.

Deus abençoe a todos!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

1000?

Pois é... Mais de 1000 visitas em menos de 2 meses. Isso é muito legal!!!!

Isso só pode significar uma coisa: o pinguinzinho está sendo útil. Isso é tudo que conta. E eu agradeço de coração a todos que passam por aqui, deixando comentários e me mandando emails.

Mas a verdade é que ainda que apenas uma pessoa estivesse visitando esse espaço e levando algo de bom pra si, todo o trabalho e a enorme quantidade de tempo gasto já valeriam a pena. Só Deus conhece a enorme vontade que tenho no coração de compartilhar e ajudar as pessoas a crescerem, sendo eu a menor de todas.



(Nunca resisto em fazer uma piadinha. O desenho que usei acima não é meu. É a Joaninha geniosa que tirei do blog super bacana da Clara Gomes, o Bichinhos de Jardim. Sou admirador dela a um tempão, desde que a minha mulher me mostrou suas tirinhas. Agora a Clara está fazendo um concurso muito legal onde os leitores podem baixar uma tira modelo e fazer sua própria história. Eu já baixei a minha e vou participar também!)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Qual a importância da morte do MJ em nossas vidas?

Provavelmente nenhuma. Nada, absolutamente nada mesmo vai mudar em nosso dia a dia só porque o Michael Jackson morreu. Mas há uma razão especial pela qual o nome dele apareceu várias vezes aqui no blog depois de seu falecimento.

Minha mulher sempre falou dele como se fosse próxima a ele. Ela o olhava e via além de toda aquela casca de excentricidade. Era como se ela enxergasse seu coração e entendesse o sofrimento que durou uma vida inteira. Isso se chama compaixão e é uma qualidade de um coração cristão. Tenho quase certeza que, enquanto muitos o criticavam, ela pedia em silêncio que Deus o abençoasse e lhe mostrasse um caminho de vida mais apropriado e feliz.

O funeral público do astro mostrou ao mundo a boa pessoa que ele era. Era, na verdade, como qualquer um de nós, vivendo um dia após o outro, tentando encontrar a felicidade. Coisas que a minha mulher já sabia a muito tempo.

Ainda ontem, indignada, minha mulher me contou que, apesar de tudo, ainda tem gente se aproveitando da situação pra tentar aparecer. Andaram dizendo que essa morte foi armada e que ele ainda está vivo, escondido para fugir das dívidas.

É como eu disse a ela: sempre vai ter um palhaço pra inventar histórias e dizer absurdos assim. Bobo é quem dá atenção.

terça-feira, 7 de julho de 2009

O Deserto

Toda pessoa que caminha com Deus passa pelo deserto. No deserto não há nada. Só o que você leva consigo.

Sua voz e seu clamor parecem estar sozinhos. Tudo que você escuta é o som de um vento distante. Para qualquer lado que olhe, só enxerga desolação.

Muitas vezes você chora, outras fica quieto. Com sua racionalidade, tanta entender o porquê de um monte de coisas, mas o final é sempre o mesmo: você está no deserto. Há um horizonte mas ele nunca muda, sempre vazio e estéril.

O deserto é a medida da fé. O tanto que você acreditou em Deus antes de entrar no deserto é o que vai te sustentar. Porque não se pode basear em sentimentos quando se está lá. Apenas em certezas.

E quando finalmente o deserto acabar (porque vai acabar), você saberá com alegria que deu um novo passo em sua caminhada. E se tornará uma pessoa melhor do que aquela que existia antes de sentir as areias da terra árida sob seus pés.

E Deus, onde estava em tudo isso? Ali mesmo, bem do seu ladinho. Durante quanto tempo? O tempo todo.