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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Inexatidão

Meu amigo cometeu um erro. Ele não teve intenção, mas mesmo assim o fez, num momento de extrema ingenuidade. Seu erro teve consequencias que poderiam levá-lo a perder uma amizade e a confiança de seus superiores. Por conta de seu erro, foi humilhado. Sentiu-se mal, triste, massacrado, e, mesmo depois de tudo isso, ainda foi humilhado mais um pouquinho.

Não foi fácil para mim ver a situação se desenrolar. Isso porque sou amigo de todos os envolvidos. Mas, principalmente, não foi fácil ver a tristeza nos olhos desse amigo em especial. Não foi fácil não saber o que dizer para consola-lo, nem ter que lidar com o sentimento de impotência diante de tudo.

Mas agora que tudo se passou, é o momento de refletir:

1 - Fiquei admirado de ver meu amigo assumir tudo que fez sem inventar nenhuma desculpa ou historinha para tentar se justificar. Essa coragem não é para qualquer um.

2 - Percebi que ele aprendeu uma lição que pode lhe evitar problemas muito maiores no futuro. Isso não tem preço.

3 - Observei o poder da verdadeira sinceridade ao ver meu amigo pedir desculpas pelo mal que poderia ter causado a um dos envolvidos.

4 - Notei o poder da verdade no coração dos homens de bem quando entenderam que meu amigo não errou por maldade.

Errar faz parte do ser humano. Mas o maior erro que podemos cometer é não aprender com nossos próprios erros. O erro é uma oportunidade que Deus nos dá de aprendermos novos caminhos.

domingo, 13 de setembro de 2009

Primeiros Passos na Rearmonização


A rearmonização é uma das coisas mais legais que se pode fazer com música. Basicamente consiste em substiuir acordes de uma música criando uma forma diferente de tocar. Sabe aquela música que você toca a um tempão e não suporta mais tocar do mesmo jeito? Rearmonização nela!

Atenção: Dois importantes assuntos já abordados aqui e aqui são pré-requisitos para o bom entendimento dessa "aula".

Vamos raciocinar no tom de Sol Maior. Os acordes que pertencem a esse tom são:

G Am Bm C D Em F#m(5b)

O truque é o seguinte: Cada acorde que pertence ao tom tem uma função na harmonia da música e é daí que vem o nome Harmonia Funcional (que mete medo num monte de gente).

As funções podem ser 3: Tônico, Subdominante e Dominante.

Cada acorde está enquadrado em uma dessas funções. No caso do tom de Sol Maior, vai ficar assim:

- Tônico: G, Bm, Em (acordes I, III e VI)

- Subdominante: Am, C (acordes II e IV)

- Dominante: D, F#m(5b) (acordes V e VII)

Toda música tende a seguir a seguinte cadência nos acordes:

Tônico -> Subdominante -> Dominante -> Tônico

Isso quer dizer que quase todas as músicas que você toca tendem a começar num acorde tônico, passar por acordes subdominantes, passar por dominantes e terminar em um acorde tônico.

Um exemplo prático? O primeiro verso da música "Nosso Deus é Soberano" que todo mundo conhece.

.......G.........Bm.....
Nosso Deus é Soberano

......C....Am........................D
Ele reina antes da fundação do mundo.

Os acordes G e Bm são Tônicos, passando por C e Am que são Subdominantes, indo para D que é Dominante, para depois voltar no G que é Tônico.

Analise as músicas que você toca é observe isso. Acostume-se a analisar as harmonias das músicas pois isso vai te facilitar bastante, principalmente na rearmonização que é onde queremos chegar.

Sendo assim, a forma mais simples de rearmonizar é substituir ou acrescentar acordes que são da mesma função harmônica do acorde original.

Vamos brincar um pouco com a canção acima? Tente tocar assim:

.......G...Bm............Em
Nosso Deus é Soberano

......Am....C........................D........F#m(5b)
Ele reina antes da fundação do mundo.

Olhe o que eu fiz: Adiantei o tempo do Bm para colocar um Em no lugar que ele estava antes. "Em" pertence à mesma função do G e Bm (Tônico), por isso pude acrescentá-lo.
Depois, inverti a ordem do Am e do C. Posso fazer isso porque os dois têm a mesma função (Subdominante). Ao final, sem alterar o tempo o D, coloquei um F#m(5b) para entrar antes do próximo G.

Percebe o que é a rearmonização? Apenas acrescentando alguns acordes já deu uma movimentada na música. As possibilidades são infinitas. Experimente, por exemplo, só substituir ou suprimir alguns acordes, talvez tocando assim:

.......Em.........Bm.....
Nosso Deus é Soberano

......Am..............................D
Ele reina antes da fundação do mundo.

Desse jeito a música fica um pouco diferente e minimalista. Experimente outras substituições e observe o resultado.

Tudo entendido até aqui? Nunca fique com dúvidas. Utilize o espaço de comentários para perguntar à vontade. Semana que vem a gente vai conversar mais sobre esse importante e fascinate assunto.

Deus os abençoe e bons estudos!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Contra Senso

A cerca de 20 anos atrás podia-se reconhecer facilmente um cristão da seguinte forma: geralmente andava pelas ruas de terno e uma Bíblia debaixo do braço. Se era de mais idade, ninguém ligava muito, mas se era um rapaz novo, todo mundo olhava. E foi nessa época que eu vivi com meus dezessete, dezoito anos.

Fui apresentado a Deus em uma fazenda, numa lindíssima noite de outono. Sem a luz da cidade para atrapalhar, o céu parecia um emaranhado de diamantes espalhados sobre um pano preto. Era algo tão bonito de se ver que a pergunta que me veio foi: “Dá pra acreditar que Deus não existe?”

Não havia nada de sobrenatural, nenhum sinal tremendo, nenhuma montanha balançando. Ali, na simplicidade do campo, diante do mar de estrelas eu passei a acreditar em Deus.

Anos depois, carregado de humanidade e influências filosóficas diversas, subi no telhado da minha casa para observar o céu noturno. Olhando para aquele mesmo mar de estrelas que me inspirou a crer em Deus, eu disse: “Deus, se o senhor existe, quero ver um sinal.” Pobre incoerente, eu queria uma prova daquilo que já estava provado.

E o que aconteceu? Nada. Não houve sinal ou prova alguma. E, apesar daquele momento de tolice, continuei crendo em Deus.

Em contrapartida, durante a minha infância conheci um homem que certo dia pegou um revólver, subiu numa árvore bem alta e desafiou a Deus gritando: “Deus, se você existe, venha me enfrentar!”

Um vento violento soprou naquele lugar dobrando a árvore de uma forma tão incompreensível que aquele homem achou que ia morrer ali mesmo. Mas não morreu. Morreu anos depois com um tumor no cérebro e, pela vida que levava, pode-se deduzir que nunca acreditou em Deus.

Fazendo um paralelo entre as duas histórias, eu continuei a crer em Deus mesmo sem provas. Aquele homem, no entanto, continuou não crendo mesmo tendo provas.

Daí tira-se duas lições:

- Fé não é fé se precisa de provas.
- Aquele que não crê em Deus, não crê mesmo que tenha todas as provas do mundo.

Na prática, vive-se o seguinte paradoxo: quanto mais você se esforça para conhecer a Deus, mais você tem provas que Ele existe. E quanto mais você procura provas da existência de Deus, mais você se distancia de conhecer a Ele.


(clique para ampliar)

sábado, 5 de setembro de 2009

Mondo Pinguim 13

Atualmente em minha vida estou experimentando uma relação inversamente proporcional entre trabalho e tempo. Sendo assim, a Mondo Pinguim que sempre vai ao ar às sextas acabou indo só hoje. Perdoem-me por esse pequeno atraso :)

(clique para ampliar)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Homem que Caiu no Silo

Um homem trabalhava limpando o topo de imensos silos onde se armazenava carvão. Dia e noite os silos eram abastecidos, assim, o trabalho de limpeza era constante de modo que trabalhadores se revezavam em turnos.

Naquela época, não havia celulares nem rádios de comunicação. E então, talvez pelo cansaço do turno noturno, ou talvez por estar absorto em seu trabalho, o homem não percebeu uma tampa solta e caiu dentro do silo, engolido pela escuridão. Sentiu o corpo ser abraçado pelo carvão em pó e sabia que afundaria se não se levantasse logo. Apesar da dor da queda de cerca de quatro metros até o nível do carvão, aquele homem se levantou e começou a caminhar em círculos dentro do silo a fim de compactar o material e evitar afundar. A poeira gerada enquanto o silo era abastecido estava em toda parte e ele sabia que precisava ficar calmo se quisesse se manter vivo.

Rasgando um pedaço da roupa, fez uma máscara improvisada para o nariz e enxugou as lágrimas de desespero que insistiam em molhar seu rosto. O desespero tinha uma razão. Ele entendia que ninguém saberia em qual dos inúmeros silos de carvão ele estaria trabalhando e muito menos imaginaria que ele tivesse caído dentro de um deles. Sabia também que, uma hora ou outra, não aguentaria mais andar e acabaria sugado pelo carvão, morrendo sufocado. E ainda eram apenas duas da manhã.

No meio daquela situação, lembrou-se unicamente de Deus, a quem sempre procurara servir e seguir. Ali, na escuridão e no desespero, uma pergunta ecoou em sua mente: “Será que eu realmente cri em Deus a minha vida toda, ou tudo não passou de uma fantasia?”

A verdade era que ele realmente tinha crido em Deus. Ele sabia que, se Deus quisesse livrá-lo daquilo, o faria. Mas se sua hora tivesse chegado, também aceitaria. Afinal, tinha de fato entregue sua vida a Deus e aquele era o momento da verdade. De sua parte, continuaria andando em círculos naquele silo até conhecer seu destino final.

Assim, andou até ver os primeiros raios de sol ilumindo o interior do silo, expulsando a escuridão. Estava cansado, mas sentia-se disposto a continuar vivo. Ainda que a situação não lhe trouxesse esperança alguma, decidiu continuar.

E eis que, com o sol, veio também uma voz: “Lúcio, você está aí dentro?” Aquele homem reconheceu imediatamente aquela voz como sendo a de seu supervisor.

Então gritou: ”Sim, estou aqui!”. Logo apareceram as cordas que o tirariam de lá. Seu supervisor e outros membros da equipe se alegraram ao vê-lo saindo exausto, mas bem.

“Como me acharam?”, perguntou o homem. “Você sabe que jamais dormi em serviço”, iniciou o supervisor. “Mas nessa madrugada, pouco antes do sol raiar, cochilei por alguns segundos, tempo suficiente para sonhar que você havia caído exatamente nesse silo aqui. Não tive sossego enquanto não vim olhar. Não é uma grande coincidência?”

Um sorriso surgiu nos lábios daquele homem, o sorriso de quem sabia que não era coincidência alguma.

(baseado em um acontecimento real)